Para 56% dos entrevistados pelo Instituto IDEA, esse deve ser objetivo da reforma; levantamento também aponta que 36% não têm conhecimento do assunto, mesmo ele sendo tema constante do noticiário

Uma pesquisa do Instituto IDEIA divulgada neste sábado (17) aponta que, para 56% dos entrevistados, a reforma tributária deve implementar estratégias que reduzam as desigualdades socioeconômicas do Brasil. Apenas 6% discordam da afirmação, enquanto os demais são indiferentes ou não sabem opinar.

O estudo mostra ainda que, para a maioria dos respondentes (52%), a tributação no Brasil deveria recair menos sobre o consumo de bens de primeira necessidade, e mais sobre a propriedade ou bens que evidenciem riqueza como carros de luxo, iates, helicópteros, mansões, dentre outros ou grandes fortunas – 7% discordam dessa orientação.

Ainda que a reforma seja recorrente na imprensa e nas discussões políticas e econômicas no Brasil, 36% dos entrevistados não tomaram conhecimento, mas gostariam de saber mais a respeito. Outros 32% sabem o que vem sendo discutido, justamente por se interessarem pela questão.

Os demais 32% dizem não se interessar pelo tema, apesar de 14% desses terem tomado conhecimento da pauta.

76% dos entrevistados dizem saber que há tributos que incidem sobre produtos e serviços, mas 36% buscam informações acerca dos percentuais aplicados. Ainda, 65% afirmam desconhecer a alíquota média dos tributos pagos no Brasil.

A pesquisa, realizada entre os dias 15 e 16 de maio, ouviu 1581 pessoas, eleitores acima de 16 anos, distribuídos pelas cinco regiões do país.

O instituto perguntou aos participantes sobre uma reforma que não diminua a carga tributária no país.

Nesse sentido, 44% dos entrevistados afirmam não concordar, por acreditarem que os tributos já são muito altos e que dificilmente teriam o retorno esperado. Outros 26% concordaram com uma nova política tributária que não necessariamente revisse as alíquotas hoje aplicadas, desde que houvesse uma melhoria de condições do serviço público.

Questionados sobre a relação entre a carga tributária e aspectos de gênero, para 48% deles, a reforma deveria diminuir a carga de tributos sobre produtos consumidos por mulheres e produtos hormonais destinados a pessoas trans.

Além disso, 56% acreditam que ela deveria contemplar uma redução do peso de tributos sobre tarefas de cuidado, como gestão da casa, cuidado dos filhos, cuidado com higiene doméstica e pessoal dos membros da família.

Já no campo da pauta racial, o instituto diz que, apesar de 37% das pessoas ouvidas nunca terem pensado sobre a possibilidade do sistema tributário brasileiro ser racista, 33% concordam com a afirmação: “No Brasil as pessoas negras, em sua maioria pobres, são, proporcionalmente à sua renda, mais tributadas do que pessoas brancas e ricas.”

 

Fonte: CNN Brasil